terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval sem Folias


Oh! jardineira porque estás tão triste?


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Na TV eu troco os canais e vejo o carnaval, da janela do meu apartamento a escola de samba se prepara aos gritos e batuques para seu desfile, os blocos reunem seus participantes para a descida da avenida. O locutor anuncia as regras de tempo para blocos e escolas e pede aos transeuntes que caminhem para seus devidos lugares e sorriam, pois estão sendo filmados para a segurança de todos. Meus poucos amigos estão com suas namoradas, em ranchos, outras cidades ou ainda em acampamentos religiosos, e eu estou aqui trancado neste apartamento.

Este é um dos grandes problemas em fazer parte de um grupo social reduzido e de costumes e valores diferentes da maioria das pessoas. Estes poucos amigos são religiosos, “acarnaval”, “amultidão”, “afolia” ou ainda de outra geração. Um ou dois que poderiam ser meus companheiros de folia foram seduzidos para longe da multidão.

O mais engraçado é que cada um tem os seus outros grupos, mas eu não, apenas me fechei a este pequeno grupo, na esperança de que comungássemos em momentos como este. Está ai o meu grande erro, achava que estava inserido, mas apenas excluído e me excluindo do restante do mundo. É, aliás, um risco que corre toda instituição exclusivista que se separa do restante do mundo, tais como os relacionamentos fechados daqueles casais que abandonam os amigos e familiares para viverem seus, algumas vezes, romances passageiros. Assim como eu, quando se separam veem-se sozinhos, sem amigos, vizinhos e familiares.

Há alguns anos perdi amigos que neste momento estão sorridentes pelas avenidas; foquei-me tanto nos novos amigos que de alguns antigos esqueci-me do nome e até mesmo do rosto (apesar de que tais lembranças não são faculdades minhas).

O que é que a gente faz em momentos como este? Não me sinto traído, rejeitado ou abandonado, confesso minha ingenuidade e culpa. Isto não diminuiu em nada o que sinto por cada um, mas ficaram muitas lições, dentre elas a principal: há amigos para todos os momentos de amizade.

Neste jogo de relacionamento somos todos presas e sanguessugas. Não há amor incondicional, não há amizade incondicional, nada é incondicional – nem amor de mãe, a qual ama porque é a mãe. A amizade é extremamente condicional a interesses comuns, há amigos para cada sentimento e desejo a ser absorvido ou emanado. Aprendi que tenho desejos e sentimentos a serem absorvidos e emanados a amigos que ainda não tenho.

Falo com segurança e julgo sem sentimentalismo: sou sanguessuga de muitos e desfaleço com o tanto que tiram de mim. Mas este é o jogo de qualquer relacionamento, do qual é impossível viver sem.

Ps: após escrever este texto eu sai com minhas irmãs e um amigo para folias (risos)!

lol

3 comentários:

  1. É joh..acho que sua maior lição foi que no final só podemos contar realmente com a família.(após escrever este texto eu sai com minhas irmãs e um amigo para folias (risos)!)
    Não pense que ter um namorado ou namorada siquinifica estar bem acolhido, eu tamb me senti só neste carval e sabe o que eu fiz?
    Fui para junto de minha família.Andei 12 km a pé no barro e à noite(não tinha como ir de carro pelas condiçoes da estrada) só para estar junto da minha família.
    Pode não acreitar mais em algum momento eu pensei em vc,o que estaria fazendo?Achei que estevesse ido para a roça como vc havia dito.=/

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  2. Pois é... a família é sempre nosso lugar seguro, ainda que com suas inúmeras imperfeições que quem está de fora não vê, por isso muitos dizem e nós dizemos: nossa, como sua família é legal (rsrsr).

    Mas ainda acredito que há amigos para todas as amizades.

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  3. È verdade,Rss..
    Acredito também,o que falta as vezes é diálogo,sei lá.

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