terça-feira, 24 de novembro de 2009

2012 – O Filme –


“O Emanuel não está mais conosco!”

Não é sem razão que o filme “2012” foi tão esperado e é tão bem/mal falado. O tema central já foi tratado por outros filmes como, por exemplo, “O Dia em que a Terra parou”, e não é mais novidade pra ninguém: o Fim do Mundo. Aliás, este tema não é mais um assunto exclusivo dos “fanáticos religiosos”, agora cientistas, ateus ou agnósticos estão se tornando peritos no assunto. Mas eu ainda não entendo o alarde, temos lutado tanto pelo Fim. Até aqui matamos e desmatamos, bombardeamos, esgotamos recursos, extinguimos espécies, superaquecemos para crescermos; não criamos, mas procriamos tanto; esvaziamo-nos, mas enchemos a terra de tantas coisas! Enchemos a Terra! Enchemos a Terra!

A pouco ouvi o Jô Soares (assistam sempre que puder!) dizer que ele não se sente "mal" em ter que responsabilizar a humanidade pelo caos climático do mundo, pois isto é um tanto quanto injusto. A humanidade não deve ser culpada por vivermos em meio um super aquecimento global, por exemplo. Bem, talvez seja injusto atribuir esta responsabilidade aos seres humanos que produziram tanto quanto gastaram dos recursos naturais, que reciclaram e plantio de árvores, por exemplo, ou ainda que não poluíram o ambiente. (Programa da madrugada de 24 de Novembro de 2009)

A verdade é que por gerações e gerações temos incentivado o progresso da humanidade a qualquer custo, para isto até brigamos com os “fanáticos e alienados ambientalistas”. Agora cada um clama ao seu deus. O fanático, o lunático e o ateu! Que deus seja o EU, mas cada um agora clama pelo seu. Em 2012, O Filme, o autor deixa claro uma idéia: o Deus Emanuel nos abandonou.

Minha mãe costuma repetir que “pra quem sabe ler um pingo é letra” e neste filme eu li toda uma idéia através de dois pingos. O primeiro deles foi através do momento em que o patriota, heróico e amável presidente americano anunciou que todos caminhavam “como uma grande família rumo ao desconhecido”. Neste momento ele disse que havia somente uma frase que pode expressar a realidade de todas as pessoas, independente de suas religiões, a saber, “o Senhor é o meu pastor e....”. Sim, não houve o “nada me faltará”, todas as transmissões foram cortadas pelas catástrofes mundiais. O pastor deixara algo faltar naquele momento? O Senhor era o pastor? Eles eram as ovelhas?

O segundo “pingo” foi o momento em que o Papa e os demais fiéis católicos rezavam juntos até que tudo começou a ruir. Nesta cena o teto e as paredes da Capela de Sistina (Vaticano) começaram a rachar, nisto a câmera acompanhou uma rachadura que caminhou por todo teto até separar as famosas imagens de Deus e Adão, pintadas entre 1508 e 1511 aproximadamente, por Michelangelo Buonarroti. Deus e o homem se distanciavam naquele momento. Quem estava abandonando quem naquele momento? Onde estava o Emanuel (Deus Conosco)?

Um outro “pingo”, que daria um livro todo, surge bem no final do filme. Sabe qual o único lugar no planeta que possibilitou a continuidade da vida? A miserável, esquecida e explorada África. De cogitação em cogitação eu penso: o Emanuel está sempre presente, Ele é o pastor que não deixa nada faltar às suas ovelhas, mas fica a pergunta, onde estão as ovelhas?

O fato é que Deus nos deu um lindo Jardim, a Terra, e disse: este Jardim dará alimento e proteção a vocês, vivam dele, cuidem dele, às tardezinhas eu passo aqui para tomarmos uma coca-cola suco e conversarmos um pouco. Talvez tenhamos nos esquecido de algumas partes como cuidar do jardim e comparecer ao suco da tardezinha.

O filme é muito bom. Vale a pena e a galinha inteira assistí-lo. Porém, em tudo, pense! Ainda que chegue a conclusões erradas, pense! ;)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Rir de tudo é desespero!!

O cantor Frejat tem uma música que me inspira muito, a saber, “Amor pra recomeçar”. A letra lembra muito o poema “Os votos”, de Sérgio Jockymann. Inspirada ou não no poema acima, a música de Frejat foi o meu primeiro contato com estas frases. Como sou apaixonado pela música, que, "depois do silêncio é aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível” (Aldous Huxley), recordo-me a ela constantemente quando passo pelos diversos momentos de minha vida. Como sou alguém que varia muito – e muito mesmo – em suas emoções, a música me alivia, desafia-me, faz-me voltar à realidade ou ainda fugir dela. A música é minha vida, minha vida é uma música. Enfim, não quero fazer uma hermenêutica com a música do Frejat, mas algumas partes dela saltam aos meus olhos:



1. “Eu te desejo não parar tão cedo, pois toda idade tem prazer e medo” - De vez em quando, deparo-me com uma ansiedade tão grande ante aos desafios do futuro, mais do que a maioria das pessoas, o futuro é um tanto quanto “cigano” para mim. Logo aos vinte e três anos me assusto com a intensidade dos prazeres e medos que a vida oferece. Porém, apesar de ter expressado algumas vezes que não espero pela longevidade, para viver todos os prazeres e medos da vida, eu também espero não parar tão cedo.


2. "E com os que erram feio e bastante, que você consiga ser tolerante" - A intolerância para com os que "pisam na bola" é um absurdo, somente alguém perfeito em suas emoções, razões, decisões e reações tem este direito. Em alguns casos a condenação dos que "erram feio" vem mesmo com a lei natural da ação e reação, temos, por exemplo, o perdão judicial previsto em nosso Código Penal. Acho que ser intolerante com os que “erram feio” é desconsiderar que podemos errar a qualquer momento, é não amar ao próximo como a nós mesmos (Jesus), ou quem sabe não amarmos a nós mesmos (?).



3. “Quando você ficar triste que seja por um dia e não o ano inteiro” - Nestes últimos quatro anos descobri que sou um tanto quando melancólico. Às vezes eu fico triste, tristinho, mais sem graça que a top model magrela na passarela (Zeca Baleiro). Tudo em excesso faz mal, a tristeza, no caso, pode ser arma de suicídio ou ainda homicídio doloso e culposo. Ou seja, aos poucos a tristeza mata o indivíduo e as pessoas ao seu redor. Os que ficam “tristes o ano inteiro” me fazem lembrar o poeta Renato Russo ao dizer: digam o que quiserem, o mal do século é a solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de atenção.



4. “Que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero” - Considero esta como a melhor parte da música. Há muito eu aprendi a “olhar torto” para quem ri de tudo. Talvez porque seja mais difícil saber quem elas realmente são. É fato que as pessoas melancólicas estragam tudo, acabam com a festa, mas aquelas que riem de tudo “enchem o saco”. Em um mundo onde devemos sorrir – você está sendo filmado – as pessoas confundem as bolas e distribuem à volonté suas gargalhadas, não sabem mais chorar com os que choram, lamentar com os que lamentam ou festejar com os que “racham de rir”. Em meio suas crises existenciais elas riem de tudo, mas choram por dentro. Rir é bom, mas rir de tudo é desespero!


Enfim, desejo que você não pare tão cedo, não fique sempre triste e ria onde e quando for necessário...


que você tenha a quem amar

e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar;

desejo-te muitos amigos,

mas que em um você possa confiar,

e que tenha até inimigos

pra você não deixar de duvidar.


Desejo que você ganhe dinheiro

pois é preciso viver também

e que você diga a ele pelo menos uma

vez quem é mesmo o dono de quem.