segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Felicidade não é conquistável!

Espero tão somente voltar e dizer: Felicidade é conquistável!



Dizem que a felicidade é um conjunto de sentimentos que leva à satisfação, ao prazer. No meu maior grupo social (formado por pessoas religiosas) a felicidade está inteiramente ligada à uma dita estabilidade espiritual. Entre os seletos amigos defendo que, a felicidade é uma espécie de dom. Alguns a têm, outros não.

Pensando assim vejo que a tristeza não é o oposto da felicidade; felicidade não tem antônimo. O que opõe a tristeza é a alegria. Simples.

Não sou bom o suficiente para contrariar os séculos de estudos feitos pela filosofia, religião e psicologia - mesmo achando que as primeiras cogitam demais. Mas até agora, as explicações filosóficas e religiosas são tão superficiais que em seus meios há infelicidade para "dar e vender". Os que são naturalmente felizes são, conseqüentemente estáveis espiritualmente. A segunda é consequência da primeira e não o contrário. Mas ao entender que de tal estabilidade provem a felicidade, os felizes começam a cobrar estabilidade dos instáveis e infelizes, e os infelizes, coitados!, adotam a auto flagelação.

Será mesmo que a felicidade está em um tipo de vida ou comportamento pessoal e/ou coletivo? Talvez eu esteja optando pelo lado mais fácil; pode até parecer simplista, mas não creio assim. Não é conclusivo, aliás, sou uma "metamorfose ambulante", mas tenho observado muitas pessoas ao meu redor e tal empirismo tem me levado longe neste duelo: felicidade conquistável X felicidade natural. 

Pode até parecer clichê, mas você já observou como há pessoas que tem inteligência, dinheiro e poder, e são infelizes? Na contramão temos miseráveis e ignorantes que irradiam felicidade - não somente alegria - felicidade. Não é verdade, como dirão os religiosos, que o dinheiro não trás felicidade; nem é verdade - como dirão alguns psicólogos - que a miséria e ignorância anestesiam, acomodam ou condicionam o indivíduo. Fui miserável e ignorante, hoje estou começando a construir a vida e estou longe de ser ignorante. E posso dizer: nada disto afasta ou trás felicidade. 

Veja o que nossa Santa Wikipédia diz: Investigadores em Psicologia desenvolveram diferentes métodos, por exemplo, o Inventário da Felicidade de Oxford, para medir o nível de felicidade de um indivíduo. Nestes teem-se em conta fatores físicos e psicológicos. Em investigação a felicidade é assim relacionada com fatores como: envolvimento religioso ou político, estado civil, paternidade , idade, rendimento, etc. A felicidade é um sentimento interno e terno.

Claro que peguei o que corrobora com meu pensamento, mas acho que  texto não se contradiz. Assim como é possível que a atração homossexual não seja uma escolha, mas sim uma "imposição orgânica", não seria possível o mesmo acontecer com a felicidade?

O sociólogo holandês Ruut Veenhoven, professor da cadeira de felicidade humana (que tosco) da Universidade Erasmus de Roterdã e editor do Jornal de Estudos da Felicidade (ambos com sede na Holanda), é um dos muitos estudiosos que  realizam aquelas pesquisas de "dinheiro + saúde + educação x satisfação sexual + etcs = felicidade". Este sociólogo diz que em uma de suas pesquisas os brasileiros atingiram 7 pontos de felicidade em uma escala de 1 a 10, uma nota média - disse ele. Em sua pesquisa, ainda disse que países mais pobres tiveram notas abaixo de 4, países desenvolvidos acima de 7,7. Como ele, outros sociólogos vêm associando os fatores pessoais e do meio para determinarem o que faz as pessoas felizes.

Gosto muito de um poema utilizado pelo Pão de Açucar em uma de suas propagandas. Ele fala sobre coisas tão simples que podem fazer as pessoas felizes, tal como "arroz e feijão, goiabada com queijo, um beijo na boca, ou jogar futebol". Apesar de a idéia da felicidade nascendo através das coisas estar na essência do poema, vejo que as coisas simples são intensas para as pessoas felizes e que para as infelizes elas podem se tornar monstros mitológicos.

Este ano ganhei um amigo (amigos são a família que nós escolhemos - ah, Shakespeare). Ele é feliz! A felicidade é tão simples pra ele. Posso garantir que ele tem alguns motivos para ser um dos meninos mais revoltados, mas a felicidade dele não permite a revolta inconsequente. (Anote isto: não se acostume com o que não o "faz" feliz, revolte-se quando necessário). A felicidade dele o permite sonhar; ele sonha, voa, vai longe... Quando ele está triste ele está feliz. Quando ele briga, permanece feliz. Contudo, tenho no máximo uns quatro amigos felizes.

O psicólogo David Lykken, que trabalha no Centro de Estudos Avançados em Ciências de Comportamento da Universidade de Minnesota, comparou dados sobre 4.000 pares de gêmeos idênticos e percebeu que, na maioria dos casos, quando um tem tendência a ver o mundo de modo otimista, o outro tem também – e quando um é pessimista o outro é igual. Ou seja, existe um forte componente genético na nossa tendência a ser feliz.  E quem pode determinar sua genética?

Se isto for comprovado entenderemos porque há pais infelizes com filhos felizes, filhos infelizes e pais radiantes. Irmãos opostos - logo indispostos. De uma coisa eu sei: um feliz em meio a infelizes se torna a ovelha negra, por conta dele os infelizes questionam:
- Onde foi que erramos?

Poxa vida! Eis ai um infeliz feliz!

Mas e aí, e aí, e aí?

Não acho que os prazeres da vida estão a disposição somente daqueles que são felizes. Somos animais capazes de sentir dor, alegria, tristeza, gozo etc. Mas tudo será sempre menos prazeroso aos infelizes. O prazer, para os infelizes, estará sempre em coisas grandes. A felicidade será sempre um "I have a dream" para os infelizes. Já "um beijo na boca, um pedaço de queijo ou arroz e feijão" serão sempre, aos felizes, um terno prazer.

É possível que os infelizes sejam sempre os suicidas e milionários injustos, políticos corruptos e outros que buscarão sempre o status como forma de se sobreporem às demais pessoas da sociedade. Provavelmente alguns deles serão líderes religiosos ou políticos que precisam de um ego constantemente massageado (ai está a felicidade deles).

É possível que os felizes vivam da arte, ou seja, expressem-se e tentem a levar às demais pessoas - o que é uma "puta falta de sacanagem". Talvez eles estejam por ai, aparentemente acomodados pelas ruas, vendendo pulseiras de bambu, ganhando a vida com a música ou pintura.

Admito que o meio influencia na descoberta da felicidade. É difícil não sentir culpa pela felicidade quando  você vive em meio a desgraça. Mas a felicidade contagia e dá às pessoas ao redor um pouco de paz, alegrias. Enfim a felicidade dos felizes anestesia a dor dos infelizes. 

Infelizmente isto parece tão cruel quanto alguns dogmas que, na tentativa de exaltarem o Criador, desprezam a criatura e ainda a condenam por não serem escolhidas, justificadas bla bla bla bla bla bla....


   
Contudo...
espero tão somente voltar e dizer: Felicidade é conquistável!

3 comentários:

  1. Josiimaar. .! Acho muita acertada sua opinião sobre a determinação social da felicidade, pois que um sorriso pode nos contagiar, assim como o desânimo e a tristeza. Infelizmente, (hhihi') a sociedade quer saber de seu sucesso, querem te julgar pelo que vc tem, e não pelo que é. Julgamento... palavra perigosa à mercê dos infelizes. Portanto, acho que ser feliz é um aprendizado eterno. E vc, o que acha disso?

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  2. Então, suspeito que a felicidade não seja "um aprendizado", mas um dom. É estranho né? Ainda não sei bem, é o máximo de minha reflexão sobre ela; até agora. Se ela for um dom, logo, felizes e não-felizes devem aprender eternamente a sentirem prazer em tudo que fizerem e em tudo o que há sobre a face da terra. Aos felizes os prazeres serão sempre intensos e duradouros, aos não-felizes pouco intensos e duradouros. Mas a ninguém devem ser negados os prazeres da vida.

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  3. Não li o texto ainda, mais pelas imagens é muito bom! As imagens estão lindas!

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