segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo?


"Você, meu caro, precisa fazê-lo novo."

- Carlos Drummond


Queria poder desejar alguma coisa feliz para as outras pessoas, mas a vida é tão matematicamente caótica que na exatidão dos fatos há sempre as intempéries dos caminhos. Um bebê nasce, um velho morre, um velho renasce e uma criança sofre. A ordem natural das coisas nos coloca ante uma imprevisível lógica da vida (tal qual a deste texto até agora).

Estou aqui para falar que a experiência destes meus vinte e tantos anos só me mostrou que muitos dos nossos desejos são frustrados porque a vida é imprevisível. Até desejo-nos vida, mas é possível que encaremos a morte este ano. Desejo-nos prosperidade, mas possivelmente encontraremos dificuldades. Desejo que tudo se realize no ano que vai nascer, mas é bem possível que dê tudo errado e terminemos o ano dizendo: este é um ano que quero esquecer.

Pessimismo? Não. Realismo! Rubem Alves diz que prefere a beleza da magia à frieza do universo. Mas a lógica do ópio é o entorpecimento; da frieza, a sobriedade. Prefiro a frieza que me trás organização, metodologias e que me desafia a superá-la.

Mas além da frieza da vida e da História, ainda há a debilidade do ser vivo. Ah, este é o mais complicado; não adianta desejar tudo se ele nada quer. Você deseja "Feliz Ano Novo" e no fim das contas só gastou energia com voz, sorriso, abraço e presença. A coisa mais importante que ouvi esse ano foi: você tenta plausivelmente ajudar as outras pessoas, isso é muito bonito, só de olhar na sua cara já confio meus segredos a você, mas já se perguntou se elas realmente precisam e/ou querem sua ajuda? 

Algumas pessoas nada querem! O egoísmo delas te prende, tomando até suas felicitações. E quando "o auge do seu egoísmo é querer ajudar", como diria Raul Seixas, então sobram futilidades, falta objetividade e uma vida mais produtiva. 

E talvez essa percepção seja a um grande passo para a nossa liberdade. Algumas pessoas só ocupam nosso tempo, nossa vida, nossos ouvidos, conselhos, votos etc. Roubam nossa energia, parasitam. Parece que ao desejarmos felicidade elas acham que estamos dizendo que lhe daremos felicidade. Não. Falamos por tradição. Até esperamos (esperança) que elas tenham coisas boas, mas isso depende delas - e da vida.

Não é pessimismo, repito. É realismo, repito. Talvez seja pura introspecção após tantas felicitações que ouvi, mas tantas felicidades que não busquei. Desejaram-me paz no primeiro minuto do ano, terminei em guerra no último. Desejaram-me amigos; isolei-me e fui abandonado. Desejaram-me prosperidade e acabei correndo de oportunidades. Mas como "não há nada de novo debaixo do sol", uso-me como referência porque, ainda que sejamos diferentes, sei que somos bem parecidos.

Vejo este mesmo desafio de autonomia, garra e vontade própria em fazer do "Ano Novo" uma Novidade na clássica Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond. Diz o poeta que "para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente; é dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre".

Depende do indivíduo e do sujeito (santa sociologia!), depende da alma (profanando a teologia). Independe do meu "Feliz Ano Novo", do meu sorriso, do meu abraço, da minha presença, da minha voz, do meu gif ou e-mail. Apesar do desconhecido amanhã, depende de você, não de mim. 

Feliz Ano Novo?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Relações Sociais, Liberdade e Egoísmo.

Pra que este nosso egoísmo não destrua nosso coração 
- Será (Renato Russo)


Por mais que eu tente me afastar de relações, seduzo-as e sou abduzido por elas. Na primeira há minha simpatia natural (adaptação corporal para minha sobrevivência social na infância e adolescência) que desarma até ranzinzas (as vezes me pego conversando pacientemente com gente que ninguém mais tolera). Na segunda há toda a atração coerciva que não há como prever ou muito menos fugir, isto porque em nossa espécie a solidão não viabiliza a sobrevivência, mantemo-nos vivos através da família, amigos reais e virtuais (esvaziando os confessionários), colegas, superiores e subordinados (relação profissional). Por isso chamo de abdução, algo violento, imprevisível e incontrolável (e que existe?).

O que me deixa tão temeroso com novas e muitas relações é o poder de controle que elas têm sobre nossa liberdade e privacidade. Lembro-me que na adolescência escrevi um poema após a morte de alguém querido. O poema falava da tristeza de alguém que, em espírito, observava, profundamente triste, a seus familiares e outros tantos desconhecidos bagunçando suas coisas que foram organizadas durante anos, levando "lembrancinhas", lendo seus segredos, seus medos, sonhos e desejos. Revela-me isto que há muito sou assim.

Quando os feromônios me escravizam e logo penso em alguém, sinto-me como um dependente de qualquer outra droga e coloco os pós e contras de seu uso. Percebo, com pouco esforço, que a escravidão seria fatal e que eu não seria mais eu em pouco tempo de uso, mas sim uma pessoa dominada pelo próprio desejo. Liberdade é isso: viver segundo as próprias regras e não impulsionado pelos próprios desejos. Quem vive em função dos seus desejos é um escravo. É assim que vejo os relacionamentos: ópio, vício, dependência. O discurso dos "drogados" é sempre o mesmo: comecei muito cedo, viciei rápido e não tenho forças para parar, ainda que eu queira e saiba que isto está me fazendo mal. 

Contudo, no caso dos relacionamentos, a droga ganha vida e não pode ser rejeitada, torna-se um ser que deve ser respeitado, ainda que faça mal (?). A reciprocidade da dependência é enorme neste caso. Tornamo-nos a droga da droga. Batemos e apanhamos por vício e desejo. Não posso mesmo me dar ao luxo desse vício! Sei que estou na contramão da sociedade e dos meus próprios desejos, mas uma relação tem que ser muito contratual, com tudo muito bem estabelecido antes para que não haja dominação. E se ela houver, que seja também contratual. Se eu pudesse faria um contrato de relacionamento e pediria a todos que aparecessem em meu caminho que o lessem e assinassem-no. Está aí mais uma utopia. Mas é uma boa ideia; não?
   
Talvez haja níveis seguros para o consumo desta droga ou uma maioridade segura para seu uso. Mas enquanto isto permaneço somente nas relações inevitáveis, coercitivas e necessárias (ou seja, em todas, talvez). Nada posso concluir sobre isso, só laborar e elaborar! Eis a condição da minha existência: cogitar.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Filhos da Pátria

"A Terra é boa, o povo hospitaleiro, o Tio Sam de cara percebeu que era só plantar e colher o tempo inteiro..." André Luiz

Alguém disse que no Brasil confunde-se conflito de ideias com rivalidade pessoal. Esta não é minha intenção, contudo não posso deixar de contrariar alguém porque é meu amigo. Então, desce a letra! :D

Joaquim Barbosa, Pelé, Marcelo Gleiser, Santos Drummond, Padre Landell, Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Carmem Miranda, Eike Batista, Chacrinha, Juan José Giambiagi, Florestan Fernandes, Paulo Freire, Vital Brazil, Milton Santos, Oscar Niemeyer, João Magueijo e outros cientistas, artistas, esportistas e tantos “istas” bem quistos mundo a fora, todos vós sois esquecidos e desprezados por aqueles que rezam: o Brasil não presta, é uma roça, nada tem de bom e só contamina o mundo. 

[Como este blog não é o Wikipédia ou muito menos pretende ser pertinente em biografias, apresentei alguns nomes acima com base em uma rápida pesquisa feita no São Google sobre "personalidades brasileiras no mundo". Se você não conhece alguns deles, abra uma aba aí e pesquise. Caso contrário meu texto ficaria mais extenso que o habitual.]



É com um longo suspiro que penso em cada palavra deste texto. Sou declaradamente apaixonado pelo Brasil e acredito que ele será um dos melhores países do mundo para viver, e penso nisto sem utopia ou cegueira vinda de qualquer patriotismo alienante. O acesso à informação está ajudando muito neste processo. Nossos pensadores estão se expondo mais, os bons estão sendo exaltados e aclamados, os melhores privilegiados, a mentalidade religiosa não tem mais a força que tinha sobre a educação e a formação moral de nossa sociedade. Nossas mentes brilhantes que estão ganhando espaço em nossas universidades e nossos grandes centros de pesquisas como a EMBRAPA, BUTANTAN, FGV, FIOCRUZ e outros, e agora estão saindo mundo a fora, captando e levando conhecimento (biodiesel) . Quanto à diversidade climática do nosso país, fauna, flora, ausência de grandes catástrofes naturais (furacões, terremotos, maremotos) e potencial para energias renováveis, nem preciso laurear. O povo tem saído às ruas para lutar por seus direitos. Cariocas e capixabas pelos royalties, "minorias" por seus direitos, mulheres contra a violência, ateus pela laicidade, educadores pela educação, jovens contra a corrupção e até os maconheiros estão dando as caras. Sensacional! :D

Contudo, alguns amigos, alguns escritores de influência em periódicos, "intelectuais da internet" e um tanto de inoperantes críticos da "podridão do Brasil e seus idiotas" parecem ignorar todo o processo de evolução social, histórica, política, econômica, educacional ou ainda geopolítica que passam TODOS os povos. A Holanda se formou Holanda com muita evolução histórica. A humanidade evoluiu lentamente do despotismo à organização democrática e ainda há muita coisa pra acontecer (quiçá chegaremos à plena exploração espacial). É tão difícil entender isso? Antes mesmo de começar a cursar Ciências Sociais eu já tinha essa visão! Mamãe ensinava: somos diferentes um do outro, cada um tem seu tempo!Estes "críticos", desconsiderando o processo de evolução de cada povo (e isso é bem complexo), pecam em comparações injustas entre o Brasil e países como Holanda, Suiça, EUA ou Inglaterra. E o pior é que líderes políticos caem no mesmo erro, por isso, talvez, falham tanto em suas propostas. Estes imaginam que é só pegar o dinheiro, construir escolas super modernas e colocar os alunos lá. Ah se fosse simples assim! Há um processo longo de transformação social e até mesmo cultural para que estas coisas sejam eficazes. Admiro, por exemplo, o melhor Senador do Brasil, Cristovam Buarque, contudo, dentro das propostas dele, eu ainda faria algumas transformações pareadas à reforma na educação. Concordo que de fato precisamos evoluir muito na formação de uma mentalidade coletiva sadia que priorize educação, saúde, ciência e tecnologia. 

Precisamos lutar muitos mais por nossos direitos e nos atentarmos muito mais aos nossos deveres, é fato. Mas achar que não temos nada disso é muita superficialidade na análise crítica da sociedade brasileira. Ver uma pegadinha perigosa (mas muito engraçada) como a do Silvio Santos que neste momento é comentada nas redes sociais e a usar para difamar o Brasil, dizendo que isso é coisa de brasileiro ignorante é muita *&%$%@ (não sei que palavra usar).


Creio que esta confusão venha do fascínio que trás consigo a ideia de um mundo cada vez mais globalizado. Com a expansão da internet ficou muito fácil conhecer o mundo, com o crescimento da economia ficou muito mais fácil ultrapassar nossas fronteiras e com a ideia do cidadão cosmopolita, mais fácil ainda é abandonar a terra pátria e viver em outra (novo nomadismo?). É certo que com estas idas e vindas entre os países, a tendência é que o cidadão fique mais crítico ao comparar as disparidades entre os países, contudo é preciso cuidar para não cair no erro das comparações injustas, comparações feitas com um peso e duas medidas. Sem esse crivo iremos criticar um Brasil com brasileiros corruptos que vendem voto e virgindade (é fato) e enaltecer os EUA que vendem direitos civis. Sabe como fazem isso? Você pode conseguir o Green Card investindo na abertura de negócios de 500 mil dólares em regiões com maior índice de desemprego - seja um bom comerciante e, em no máximo 3 anos você será um cidadão norte americano com todos os direitos e deveres de um nativo. Isto é ou não compra? E se for preso na Califórnia, por 175 dólares diários você fica em "celas hotéis". Ambos se vendem, mas lá é o "not bad" do mundo.

Este fascínio tende a ofuscar o ensinamento de geografia lá do Ensino Fundamental, fazendo-no esquecer que o mundo se divide em países desenvolvidos, emergentes, subdesenvolvidos, pobres etc. Sendo assim, é, em lógica simples, irracional cobrar de um país pobre a estrutura social e até mesmo a mentalidade de um país desenvolvido. É como achar que nossa Integração Regional feita através do MERCOSUL (Mercado Comum ainda em construção) pode se tornar uma União Política (para onde caminha a União Européia, uma avançada União Econômica e Monetária). Se queremos sair do senso comum e das modinhas de "críticos da internet", não podemos ser tão simplistas e inocentes nestas comparações. Anote aí: querer que o Brasil e os brasileiros acordem como o Japão e seus japoneses, a Holanda e os holandeses ou os Estados Unidos e seus americanos é uma utopia maior que a minha. 

  
Ficar olhando pro lado, repetindo incessantemente que o Brasil não presta é, antes mesmo de falta de fé ou esperança em dias melhores, falta de "lógica racional" e otimismo mesmo diante de progressos visíveis da nossa sociedade. Aliás, essa síndrome de desgraça é uma herança cristã: tudo vai piorar, acabar, ser destruído, só a nova Jerusalém (EUA, UE, Japão) que interessa. Olhemos para o atual "herói nacional", Joaquim Barbosa. Jornais estrangeiros, tais como El País (espanhol), La Nación (argentino), Libération (francês) ou The Washington Post (americano) admiram os nossos últimos acontecimentos históricos, eleição do ministro à presidência do STF e condenação dos mensaleiros, mas muitos nem se importam e quando tentam enxergar um avanço brasileiro dizem: mas isso não acontecerá mais, vai dar em pizza, é mentira etc. Estes "sem fé e obras" simplesmente desprezam (ou até mesmo desconhecem) as preciosidades brasileiras que citei inicialmente, pessoas as quais foram ou são dotadas de inteligência, habilidades, bom caráter e a nossa característica nacional, afabalidade. E elas são BRASILEIRAS.

Nos dias atuais temos muitos pesquisadores brasileiros de notável importância para o mundo acadêmico internacional. Suas descobertas, teorias e criações ajudam na produção de conhecimento e desenvolvimento de novas tecnologias. A exemplo temos: a astrofísica Thaisa Bergmann, com 1.674 citações internacionais, a bióloga Mayana Zatz, com 1.375 citações, Jairton Dupont, com 1.646 citações e Paulo Eduardo Artaxo Netto, com 656 citações. E o que dizer dos nossos adolescentes que estão sendo selecionados para estudar fora do país, não porque são brasileiros, mas porque são estudantes dedicados e excelentes, seriam em qualquer país - o que espanta a alguns é que eles sejam "brasileiros".

A cegueira babação de ovo é tão grande que desprezam que nosso país já investiu milhões de reais para ajudar os imigrantes haitianos que vieram para o Brasil em busca de condições melhores de vida, através do Fundo Nacional de Assistência Social, mas prezam pela "genialidade" de um candidato republicano capaz de propor "auto-deportação". Sabe o que é isso? É fazer com que a vida de imigrantes ilegais fique deplorável a ponto de eles voltarem aos seus países de origem. Para isto priva-lhes moradia, trabalho, ajudas sociais e estudos. Lembro-me de Hitler e os judeus!Insistem que o Brasil só exporta porcaria, contamina o mundo com os brasileiros. Contudo, que inteligência têm uma plateia que aplaude a ignorância? Se a "cultura podre" brasileira cria "Aí se eu te pego", por que as "culturas superiores" dançam e cantam: "Oh If I Caught" e "Ai Si Te Beso" ou "שיר השיקסע"? (nota: essa música é uma merda).

Por fim dizem que deveríamos criar e não importar as coisas, por mais que elas sejam legais. O mundo seria um caos se privatizássemos a vida e a tornássemos cativas aos seus países de origem. Ficariam cativos aos seus respectivos países de origem o belo rock in roll, o admirado jazz, o gostoso blues, a boa macarronada ou mesmo o santo futebol. Na mesma via - e estou fazendo aqui uma história virtual - o mundo desconheceria a "bina", pela criação do mineiro Nélio Nicolai na década de 80, teria demorado a falar pela radiofusão, como fez nosso conhecido internacionalmente Padre Landell e ainda não estaria voando como fez Santos Dumont. Ah, e 135 países não teriam os nossos cosméticos sendo que muitos deles feitos de plantas nativas brasileiras. Imaginem só, o mundo enrugado e a gente lisinhos. :D

A pergunta que faço é: é justo encarar o Brasil e os brasileiros como o atraso da humanidade e ficar depreciando nossa cultura e história em comparações culturais inequivalentes, dando crédito somente às "Nanas Gouvêas" e "Latinos" e desprezando as nossas riquezas e evoluções?Sobre a terra somos todos iguais em glória e desgraça! 






Mas é assim: o brasileiro ama o mundo, e o mundo, nos últimos anos, vem em peso visitar e morar na “terra que mana leite e mel”, o novo Éden do mundo, onde tudo nasce. Aliás, dê uma olhada no último Censo sobre Imigrantes no Brasil.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mente pesada: corpo pesado.

MUDANDO HÁBITOS

- pesagem e texto atualizados em 17/06/2013
CHEGUEI AO PESO IDEAL: ADEUS OBESIDADE


No pain, No gain!

Mens sana in corpore sano


Até os meus sete anos eu era uma criança bem raquítica. Tinha anemia, pneumonia e bronquite (e o pulso ainda pulsa). Ficava sempre doente e vivia no hospital. Até que me deram o glorioso “soro”. Comecei a engordar e ficar “um menino bonito” (gordinho). Algumas pessoas ainda sustentam a ideia de que criança saudável é criança gorda. Então engordei, como queriam.Na pré-adolescência é que tudo fudeu complicou. Eu era o gordinho da turma (vulgo "balofa") e acabei me reprimindo de muitos sentimentos e, de certa forma, isolando-me de aventuras e brincadeiras. A escapatória para ser aceito foi, como de costume,ser engraçado e cultivar a inteligência. É assim que gordo sobrevive. Um hábito que eu tinha e noto que muitos gordinhos têm era comer muito diante das pessoas. As pessoas aplaudem quando um gordinho come mais que todo mundo e zombam (ainda que com brincadeiras) quando ele come pouco; a lógica que eu seguia era: comer muito (os maiores lanches) pode justificar o peso que tenho! Triste, não é mesmo? Mas só pra quem está com o "lanche" nas mãos, pra galera é muito engraçado.

Na adolescência entrei para uma turma bem pacata (religiosa), a qual, no máximo,fazia caminhadas e uma ou duas aventuras de bicicleta por ano. Aos 16 anos eu já tinha 86 kg (uns 1,70 m). A vida religiosa me levou, aos 19 anos, ao seminário. Mudei minha rotina completamente. Saí da cidade pequena (e sem dinheiro) para uma cidade grande (e com muito dinheiro). O McDonald's foi meu playground. Naquele momento, aos 19 anos, eu cuidava da minha própria alimentação. Mas nada que restaurantes e fast-foods não resolvessem. Cheguei, em três anos, aos 122 kg.



Comecei a ficar desesperado, procurei uma endocrinologista e comecei um tratamento com sibutramina,academia e dieta de 1500 kcal. Fui a 106 kg em cinco ou seis meses. O remédio me ajudou muito, pois como eu estava comendo feito um leitão, consegui controlar a fome com o aumento da saciedade promovido pela sibutramina. Porém,após alcançar os 106 kg, acabar a sibutramina, parar com as consultas com endocrinologista e começar a trabalhar, relaxei e voltei aos lanches, carboidratos excessivos e gorduras. Fui aos 112 Kg em dois anos (2010 – 2011). Engordei menos, pois estava caminhando mais em relação ao seminário (2006 – 2009).

11h30 --- pausa para tomar "chá de feijão branco" e preparar a comida ----

O mais importante aqui, hoje, é ressaltar o que me saltou aos olhos após uma das consultas que fiz com uma psicóloga em Agosto. A instabilidade do meu corpo nesse período de seis anos esteve associada à instabilidade emocional que me seguiu por esse tempo. Eu me perdi completamente entre êxtase de fé e descrença, amores platônicos e conflitos emocionais, amizades e inimizades, difamações e calúnias, fofocas e iras, decepções, mudança profissional, mudança de cidade, projetos desmanchados, novos sonhos e planos futuros etc. A mente estava insana e o corpo adoeceu. Foi buscando recuperar a mente que comecei a cuidar do corpo.

A ficha caiu de vez. Eu decidi resolver meus conflitos e tomar posições que protelei por tanto tempo. Tirei uns meses para repensar minha vida: conhecer amim mesmo foi meu desafio. Uma hora isso teria que acontecer, caso contrário eu continuaria morrendo por dentro e por fora. Vejo esse insight acontecer na vida de muitas pessoas aos 40 ou 50 anos, mas comigo aconteceu justamente aos 26 anos. Talvez seja o primeiro ao longo da vida, mas o fato é que mudou muita coisa em mim. Voltei a praticar exercícios e estou fazendo uma dieta de, no máximo, 1500 kcal. Nos últimos 18 dias passei de 111,1 kg para 105,2 kg. Faço 2 horas de caminhada e corrida leve por dia e em média 100 abdominais. Como atualmente não tenho dinheiro pra academia (cerca de R$50,00 por mês), comprei um simulador de caminhada que está me ajudando além do que eu esperava.


Pesquisei tudo que podia no Google sobre perder peso. Apesar de ter sido muito tentado, corridas dietas milagrosas, como "dieta da morte", "sem carboidrato" etc (aquelas que só eliminam água e músculo, dando a sensação de emagrecimento - que dura pouco). Assisti alguns programas do Bem Estar que me motivaram e me ajudaram muito. Os programas do “Discovery Home& Health” também me motivaram muito ao mostrar pessoas buscando emagrecer. Vi como a vida de uma pessoa obesa tende a ser mais triste em relação às demais pessoas (imposição da moda atual, saúde, autoestima etc). Eu não podia continuar sendo estatística, pesquisei de "kcal" de alimentos (como uma bolacha de sal) à peso que ganhamos por "kcal" não gasta. Descobri, aliás, que engordamos 1 kga cada 7 mil kcal não gastas (fica a dica).

Fiz um esforço e entrei na academia por um mês, ao cabo deste mês comecei a correr na rua. A rua exige muito mais do corpo, você sofre com o impacto do asfalto, vento que resseca a garganta e atrita com a velocidade constante e os obstáculos naturais como os morros, por exemplo. Mas está sendo muito bom. Pretendo voltar à academia e continuar com a corrida na rua.

Ah, e pra registrar meu protesto: a maioria dos sites sobre esse tema é voltada para mulheres, mas que caralho!


Alguns dos métodos que tenho seguido

Leio todas as informações nutricionais possíveis (até de papel de bala).

Anoto tudo que como e antes de dormir somo as calorias (além de ver o que foi desnecessário). Com o tempo estou me habituando com as quantidades e calorias - quase não anoto mais.

Eliminei refrigerante e suco artificial.


Como a cada três horas (produz menos "grelina", o hormônio da fome).

Cortei,praticamente, o açúcar e o sal.

Eliminei as frituras e gorduras.

O carboidrato tem minha total atenção.

Ingiro entre 1000 – 1500 kc por dia.

Tomo 1 limão toda manhã, 10 minutos antes do café (o ácido cítrico tem ação adstringente, dissolvendo toxinas e gorduras).

Faço um “suco” com água e farinha de feijão branco 30 minutos antes do almoço (vi no Globo Repórter).

Bebo,no mínimo, 2 litros de água por dia.

Durmo por 8 horas seguidas.


Por fim, tracei metas bem "lights" para não cair na tentação de correr atrás de metodologias miraculosas. As metas são baixas e talvez eu as cumpra na metade do tempo, mas por enquanto as manterei assim.


Vou manter estas metas descritas, contudo acho que não vou demorar tanto para chegar à meta final. Mas não vou parar depois desta meta, daí então esta será minha vida, porém sem o objetivo de emagrecer.

Meta1
– passar da “obesidade grau” um para “sobrepeso” até o fim do ano (de 111,1 Kg para 94 kg) - aproximadamente 0,95 Kg por semana.


Meta2
– passar do “sobrepeso” para “peso normal” até Junho de 2013 (de 94 kg para 78 kg) - aproximadamente 0, 600 Kg por semana.


Meta3
– tonificar os músculos até Dezembro de 2013.


Peso 15/08/2012: 111,1 (IMC: 35,5)

Peso 10/09/2012: 104 (IMC: 33,2)

Peso 24/09/2012: 101,5 (IMC 32,4)

  • passei quatro dias na casa da minha mãe e ganhei 200 gramas. Ou seja, deixei de perder aproximadamente uns 300 gramas e ainda ganhei 200 gramas. Saldo negativo de 500 gramas. Por isso não tem essa de "só no fim de semana", "feriado" ou dia especial. Tem que lutar todo dia!
Peso 05/10/2012: 100,2 (IMC 31,9)

Peso 08/11/2012: 94,8 (IMC 30,26)

  • Contudo, estou fazendo musculação há um mês. Não sei como calcular a massa muscular que estou ganhando. Vou começar a observar as medidas. Té

  • Já estou mudando minha meta. Que tal 80 kg até Dezembro?

Peso 28/11/2012: 91,8 (IMC 26,9) SOBREPESO - ADEUS OBESIDADE

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E vamos que vamos no "Olho do Tigre"


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17 de Junho de 2013, querido diário:

72 kg

23,78 de IMC

100% com a saúde

100% de felicidade

farei um post novo sobre a caminhada

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Pensando e Repensando a Educação



1. Uma educação de qualidade resolve qualquer problema social.

2. Um país não pode ter menos que 25% do seu PIB na educação.

3. A educação deve ser federalizada. Lembrando que escola, sociedade e mídia educam.

4. A escola deve ser mais atraente que qualquer outra lugar do mundo.

5. O aluno inteligente-não-esportista deve ser educado a uma vida saudável, porém jamais constrangido à competição física.

6. O aluno menos inteligente, porém esportista ou artista (dança, música, pintura etc), deve ter atenção especial em sua formação intelectual, porém ter seus "dons além do conhecimento científico" prestigiados e incentivados.

7. O bom aluno (em qualquer área) deve ser imediatamente recompensado, especialmente na infância, com coisas úteis para seu lazer e conforto. Recompensas em dinheiro deveriam ser monitoradas de forma educativa.

8. O conhecimento extra mais retratação proporcional são as melhores punições. O aluno que errou deve, além de apresentar um trabalho escolar além da sua grade, ressarcir proporcionalmente o prejuízo causado: ofensas com desculpas, danos materiais com materiais, etc.

9. Saúde, Direitos e Deveres devem constar na grade escolar do início ao fim da formação.

10. Todo aluno deve terminar o Ensino Médio com um curso técnico e conhecedor de seus direitos e deveres enquanto cidadão.

12. A entrada no ensino superior deve ser uma construção desde os primeiros anos de educação. A participação e rendimento escolar do aluno mais a participação escolar de seus pais, devem render pontos para a graduação superior. Os pais analfabetos ou com educação incompleta pontuariam por seus filhos caso voltassem aos estudos (além de terem oportunidade de continuar seus estudos).

13.  Todos os professores teriam, anualmente, um mês de reciclagem intensiva - de conhecimento específico à técnicas de comunicação atualizadas.

14. Uma educação de qualidade, repito, resolve qualquer problema social.

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Em breve reviso e elaboro mais algumas leis. = )

domingo, 24 de junho de 2012

Dia inútil

Atenção! Este texto tende a ser tão confuso quanto minha mente neste dia.
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Desde ontem que eu estou com 1kg de músicas em minha cabeça: "de coração daí graças", "este ano quero paz no meu coração", "mais um ano se passou", "eu prefiro ser esta metamorfose ambulante", "há tempos são os jovens que adoecem", "oh, life is good", "quero alguém para estar ao meu lado", "quero acordar sozinho" etc. Nenhuma delas toca inteira, elas formam um mosaico desarmônico, porém poético. Meus aniversário me deixam assim. Assim como Ano Novo, Natal, Dias de Pais e todos os outros "dias de qualquer coisa". Não sou down, quem me conhece sabe que eu simplesmente não gosto destas datas, elas nunca fizeram sentido para mim (e arrisco a dizer "para qualquer um"). Se o povo não comemorasse, ninguém daria bola. Se o Facebook não nos lembrasse, quiça nossos familiares se lembrariam. Aniversário é uma bosta! 

Sou tão otimista quanto ao futuro. Acredito em dias melhores para o Brasil, para a humanidade e para o Universo. Acredito que viveremos, em no máximo 200 anos, uma unidade, longevidade e prosperidade una inimaginável em todo planete - e sem utopias religiosas, políticas ou johnlenásticas (Imagine), mas uma unidade necessária à preservação da própria vida humana; tudo isto alcançado com o conhecimento, educação e ciência (uma visão óbvia e profeticamente linda). Ah, e acredito que viverei até lá ou ainda serei ressuscitado para ver isso (pelos estudos desenvolvidos sobre os telômero ou sei lá que tipo de conhecimento). Contudo, às vezes "sobra tanta falta de paciência que me desespera", esperar é esperança, quem espera nada tem enquanto espera - e muito faz pra ter. Eu nada tenho e muito espero. Isso me deixa desesperado, sem esperança (vide epígrafe). Aniversário é foda! 

Eu me lembro dos sonhos que eu havia construído há 10 anos. Um adolescente que vivia sonhando em chegar aos 22 anos com casa, esposa, filho, carro, diploma, prestígio e beleza. Fui atrás do diploma (onde estava a pretensa esposa) e comecei a "carreira" que me daria o restante. Mas tudo aquilo era um castelo de areia firmado sobre uma rocha que desintegrou-se em dois anos. Uma rocha solúvel, invisível e inconsistente. E por vezes ainda penso se ela realmente existia em mim - pois só assim ela pode existir. Hoje eu não trouxe nem os "amigos" que me acompanharam, ou mesmo aqueles que me abraçavam e dizia: bom menino. Trouxe o "conhecimento" que não consigo apagar, as verdades que eu não conseguia ver nos olhos que me encaravam com falsa ternura e as palavras de agouro que eu não ouvia das mesmas bocas que me diziam coisas boas. Aniversário é uma bosta!

Eu não fico assim em momento algum do ano que não nestas "datas comemorativas". É só hoje, nestes meus  vinte e poucos anos (26). Este ano está pesando pelo recomeço, entende? Não por me achar um coitado de 989 anos. Nada disso. Estou cheio de vigor, mas é que... Ah, foda-se! Feliz aniversário pra mim!

:)










sexta-feira, 16 de março de 2012

Caçador de Mim


De Jacó, um prato de lentilhas, aos psicolojistas, psicaloteiros e psicólogos.


Por aqueles dias ouve um jovem guerreiro que se aventurou a desbravar as matas do pomar de sua casa. O pequeno menino saiu em silêncio, atento aos mínimos sons do ar que estava quase morto. Os seus passos faziam um som ensurdecedor. As folhas secas no chão rangiam sob seu peso. Sua espada de vareta cortava o ar. O cheiro do peixe no forno o perseguia. O grito de sua mãe o assustou.

– Estou aqui no quintal mãe [...] tudo bem, quando o jantar ficar pronto me chama.

Aqueles olhos castanhos voltaram a mirar o horizonte a poucos metros do fim, barrado por um muro gigante, de tijolos de barro. O silêncio dispersara o a voz de sua mãe. Os sons de seus pés sobre gravetos e folhas cantaram em companhia.

Então passou por ele uma borboleta muito veloz, com as asas batendo feito beija-flor e um rosto sorridente. O coração acelerou, mas logo se acalmou e o menino falou baixinho: olá, André, vem comigo até o fim desse jardim?

Então ele se aproximou de uma roda de árvores que pareciam julgar alguém no centro entre elas. Ele passou entre duas, sem nelas encostar e se pós como réu. Olhou pra cima e viu as feições tão duras e ásperas. Ele disse: quem sou eu? O que eu fiz para merecer este castigo ou esta dádiva? Por que estou aqui? Quem foi o tirano ou generoso que me concebeu?

O silêncio parou novamente, um vento forte o interrompeu. Os galhos balançaram. Caiu uma dúzia de folhas. Bateram no chão e voaram novamente.

– Volta pra casa, menino!

O pequeno guerreiro tirou suas roupas e sentiu frio, assentou-se no chão, agarrou seus joelhos e se aqueceu. Sua costa sentiu resfriou e o fez tossir. Parecia estar cheia de fumaça por dentro, pois tanto tossia. O garoto acendeu um cigarro e bebeu quase todo leite de sua mamadeira. Olhou para o lado e começou a rir. O André não havia voltado. E toda aquela cena era de uma natureza assombrosa e caótica. Tudo nascendo e morrendo e, se não por sua racionalidade instigante, tal como as folhas no chão, ali ele estava e o próximo chamamento de sua mãe teria um tom mais áspero na voz. Era melhor se vestir, apagar o cigarro, fazer um gargarejo com leite, lavar as mãos e ir jantar. Ele voltou pra casa, mas nunca mais saiu do pomar, que se tornara um jardim cheio das coisas que ele gostava, do André à fumaça, das maravilhas às próprias desgraças.

*Não sei, definitivamente, porque escrevi essa loucura. Eu estava totalmente sóbrio (risos). 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quem se importa?


Domingo, 05 de Janeiro, 21h30min. Eu estou sozinho em casa ao som de Johann Sebastian Bach - Pachelbel's Canon In D Major. As luzes estão apagadas, a tela do computador está desligada e eu estou deitado na cama olhando pela janela. Por ela a lua entra iluminando todo o quarto. Ela está prata, incandescendo uma luz que não é dela. Eu estou a olhando admirado. Que coisa linda! Parece que ela está pulando sobre aquela pequena e solitária nuvem.

Meu pai foi dar uma “voltinha”, como ele diz. Minha mãe e meu sobrinho estão na igreja. Minha irmã saiu com o namorado. Os cães não fazem barulho algum, a rua está silente. Um grilo, que seria atormentador, faz harmonia com Bach e a ventoinha do computador. Meus amigos eu nem sei onde estão.

Meus desejos também estão adormecidos. Não há programação em minha mente, não há nenhum “Nous faisons beaucoup de marches” da aula de francês em minha mente. A operadora de internet não responde e não resolve sua queda de conexão. Não estou com fome, nem com sede. Não sinto sono, nem euforia.

A lua ainda está brilhando, mas ela se moveu um ou dois centímetros – ou eu me movi e não percebi. Sem roupa, sem frio ou calor. O telefone não toca. A conexão não volta. Os dedos não estalam e nenhum osso range quando eu me mexo. As últimas notas de Bach chegaram. Um violão toca em alguma nota menor, a bateria entra a voz de Cássia Eller pede um pouco mais de “Malandragem”. O carro do meu cunhado estacionou, os cachorros estão latindo. Minha mãe apareceu e está espantando os cães que pulam nela. Meu sobrinho entra correndo, falando bebênês  e rindo ao mesmo tempo. Todas as luzes foram acesas. Tudo voltou...

“Não confie em ninguém com mais de trinta anos”, toca no player (Claudia). Ligo a tela e vejo que a próxima música se encaixaria perfeitamente se fosse a primeira: Talking to the Moon (Bruno Mars)...

Mas e daí? 
Quem vai se importar com isto?
Até minha cabeça está desligada e não se importa.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Crianças Iluminadas

Nestes últimos dias eu tenho conversado com Janete Brandão sobre as formas usadas no trato às Crianças Iluminadas em nosso país, especialmente em Boa Esperança (MG); tanto por nós, enquanto cidadãos, quanto pelas autoridades públicas.

Mas espere, você não sabe quem é Janete Brandão e ainda não ouviu falar das Crianças Iluminadas? Então segue abaix
o mais um desafio deste Blog Jovem e Sonhador.


Sabe o que há em comum entre Bill Gates, Mozart, Steven Spielberg, Van Gogh, Charles Darwin, Bob Dylan, Albert Einstein e a Dra. Temple Grandin (PHD em Ciência Animal e professora da Universidade do Colorado)? Autismo.

Se eu dissesse nomes desconhecidos muitos diriam: "coitadinhos", "que doença triste", "serão dependentes da família a vida toda", "eu não queria ter nascido assim". Conheço alguns que até falariam: por que deus permitiu que isso acontecesse, será que alguém pecou?

É observando este quadro que você pode começar
a entender o porque do trato de "Crianças Iluminadas" a estas crianças que nascem com esta disfunção global do desenvolvimento: autismo.

Crianças Iluminadas é a forma de tratamento que Janete Brandão propõe ante tantos termos pejorativos que foram postos a estas Crianças Iluminadas ao longo da história. Como sabemos, muitos consideraram o menino
Albert Einstein um louco, quando aquele, na verdade, era um gênio. Este é mais um caso de descaso em muitos lugares do mundo. Apesar dos avanços da medicina muitas crianças, mal acompanhadas por seus médicos, chegam a apanhar muito dos pais antes de serem diagnosticadas e entrarem no processo de acompanhamento profissional (quando entram e quando teem um acompanhamento adequado). O autismo se apresenta de várias formas e, em alguns casos, o comportamento gerado pela disfunção é considerado como arredio, agressivo, intransigente etc, e muitas crianças são espancadas e até excluídas do convívio familiar.


Janete Brandão é brasileira natural de Boa Esperança, mas mora nos Estados Unidos há alguns anos, onde está concluindo seu Pós Doutorado em "Attention Deficit/Hyperactivity Disorder" e em breve lançará seu livro, Crianças Iluminadas, trazendo não somente suas pesquisas, mas mostrando sua experiência enquanto mãe de uma Criança Iluminada. Seu livro será de grande ajuda tanto para os parentes de Crianças Iluminadas, quanto para os estudiosos da área, os quais, algumas vezes, chegam a confundir o autismo com outras doenças, como a hiperatividade, por exemplo. Nosso diálogo nasceu pelo link feito por nosso amigo André Siqueira, pois ela é formada em Estudos Sociais e eu estou bacharelando em Ciências Sociais. Em minha "aula grátis" (risos) pude compreender a importância de atentar a este tema. Posso dizer que o o projeto dela é apaixonante e realista, mas precisará de apoio.

Mas como não é minha intenção traçar aqui um estudo sobre o caso, até mesmo porque não é a minha área de conhecimento, venho aqui para, assim como Janete Brandão, chamar a atenção para este assunto. Este desafio não é à caridade, mas ao nosso papel enquanto cidadãos. Além de cobrarmos das autoridades específicas, devemos observar nosso papel social neste caso. Precisamos de uma força que vá além da comoção diante destas realidades que julgamos inferiores à nossa condição de "saúde normal e perfeita". Precisamos colocar em nossa agenda ações, não intenções.

Atentemo-nos, por exemplo, aos projetos que nos cercam e às situações do dia a dia (como àquela vizinha que provavelmente tem um filho cuja rebeldia é "fora do comum" e ainda não o levou a um profissional). Podemos ajudar com engajamento profissional, doação financeira, desenvolvimentos de projetos regionais ou filiais de projetos solidificados, ou quem sabe passar em uma escolinha, cujo foco seja em Crianças Iluminadas, por dez minutos e dar um pouco de sua atenção, ajudando neste processo de socialização da Criança Iluminada. Há mil maneiras de ajudar. Parafraseando a popular crítica à oração dos mais religiosos, "ficar somente 'comovido' é a melhor forma de não fazer nada e achar que está ajudando".




Não vamos fazer caridade, vamos forma cidadãos.


Estas crianças podem crescer como
cidadãs e profissionais melhores que nós. Mas para que isto aconteça, como diz Janete Brandão, temos "um longo caminho a ser percorrido, com paciência, obstinação, resignação, entusiasmo, respeito, dignidade e acima de tudo amor, muito amor" (Janete Brandão).






Continue se informando...

Blog Caminhos do Autismo
Artista Plástico Autista
Diário
Diário
Criança autista é agredida em Clínica
Mãe é agredida por tentar controlar filho autista

Projeto CRIANÇAS ILUMINADAS


Faz!
Porque você só vai saber
se o final vai ser feliz
depois que tudo acontecer.
(
Gabriel O Pensador)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Intelectuais da Internet



 


Pensa! O pensamento tem poder. Mas não adianta só pensar, você também tem que dizer! Diz! Porque as palavras têm poder. Mas não adianta só falar, você também tem que fazer! Faz! Porque você só vai saber se o final vai ser feliz depois que tudo acontecer.  (Gabriel o Pensador)
 

 

Diferentemente de Marx (ainda que eu não compartilhe de suas propostas, ele merece este respeito), Rubem Alves, Darcy Ribeiro ou ainda algumas organizações religiosas que, motivadas por suas missões espirituais, criam seus centros socioeducativos, os novos críticos da sociedade estão infestando as redes sociais de reproduções críticas vazias, de uma intelectualidade medíocre que nada faz de útil e palável para esta nação, a qual, aliás, está pouco se lixando para quem fica soltando bosta pela boca achando que é melhor que o povão. Uma salva de palmas aos seletos inteligentíssimos leitores da Veja!


O que estes "intelectuais da internet" fazem de melhor é criticar o que o povão gosta. Estes "intelectuais" acham que fazendo isto serão vistos como uma casta superior de gosto refinado e "consciência política", mas estão na verdade fazendo a mesma coisa: reproduzindo argumentações vazias de quem fala mais do que faz. Nada fazem pelo país, a não ser expelir suas críticas venenosas (e com críticas ganham dinheiro e prestígio imerecido). Menosprezam o tal "brasileiro ignorante" porque ouve Michel Teló, assiste BBB, dissemina "Memes" ou ouve Restart (no caso de Restart...), pois acham que são superiores por passarem horas em seus complexos jogos online, vinhos baratos e entorpecentes de boca de fumo. 

De fato, muitas coisas reproduzidas pelo povo são de gostos deprimentes. Mas bem diz a minha mãe: gosto é igual cú, cada um tem um. A melhor forma de influenciar, como querem estes intelectuais (ou querem somente promoção pessoal?), seria criando bons projetos sociais, propostas de leis, entupindo as caixas de e-mail da Globo com críticas, darem palestras motivacionais (gratuitas) ou ainda apresentando suas "boas músicas e culturas" ao povo. Saiam às praças, favelas, vielas - vão pra puta que os pariu!  

Se querem reproduzir as críticas de Veríssimo, Carlos Nascimento (kkkk), Veja ou Jabor, que reproduzam, mas tenham a capacidade de complementar, alterar e contrariar - caso contrário estarão fazendo a mesma coisa: modinha. É possível criticar e reproduzir críticas, mas com um pouco de critério, pois, na tentativa de criticar as modinhas do povão, são facilmente manipulados pelas modinhas da burguesia que se acha intelectual, formatadas a terem gostos diferentes dos gostos das massas e que muitas vezes mais nada faz se não explorar o povo.
 
"Eu não sei quem inventou essa mania e nem sei o que seria esse "ãh". Eu só sei que eu acordei no outro dia e só ouvia todo mundo dizer ãh. Eu nem sabia que existia essa palavra ou esse nome ou o que quer que seja ãh. E de repente vi que toda a minha gente enfiou na sua mente o tal do ãh". (Gabriel o Pensador)

domingo, 1 de janeiro de 2012

Prometo...

Como eu disse na postagem anterior,  não creio nas "promessas de ano novo", creio na continuidade de projetos sólidos. Recomeçar é algo duro demais para se tornar obrigatório a todo primeiro dia do ano. Mas se for preciso, recomecemos. Aprendi a pensar no ano novo como apenas uma mudança cronológica, sem colocar sobre ele as muitas expectativas. Esperar que um ano seja melhor que outro só porque as datas vão se repetir e teremos uma agenda a cumprir é mais um fardo que eu não quero me obrigar. Viva a continuidade dos grandes sonhos. Que eles nasçam em qualquer dia, do primeiro ao último de qualquer espaço de tempo. 


Prometo,

[...] continuar otimista, pois já fui pessimista demais, gastei muito tempo crendo nas "quedas".

[...] continuar acreditando nas pessoas, cujas boas são maioria.

[...] continuar me preparando para um dia ser agente vibilizador de felicidade, educação, lazer etc.

[...] continuar crendo que os homens nascem e são livres, ainda que não sejam iguais.

[...] continuar crendo nas liberdades, vedando somente prejudicar o próximo.

[...] continuar acreditando que o fim da ignorância intelectual será a maior glória do Planeta.

[...] continuar livre.


 No espaço-tempo 2011, as maiores lições foram:

1. Amigos são pessoas coloridas em meio uma multidão sem cor.

2. Não continuar fazendo algo que te faz infeliz é uma opção. Você não precisa fazer algo para continuar sustentando o ego de alguém. Você sempre pode escolher parar, ainda que as pessoas pensem que você está jogando o investimento delas fora (é impossível anular qualquer conhecimento) e lhe tratem como traidor, ingrato, ladrão, pevertido e pevertor. Tudo isto passa e você não morrerá aos poucos. 

3. A liberdade é o bem mais precioso do homem. 



Somos livres para escolher prisões diferentes.