sábado, 1 de janeiro de 2011

Eu quero uma casa no campo...

[...] eu quero o silêncio das línguas cansadas!



Serei sinceros com vocês. Ter que recomeçar após ter saído de um caminho que um dia você sonhou não é fácil. Hoje, 01 de Janeiro de 2011, é o meu primeiro dia, em 11 anos, que eu não tenho que acordar pensando em fazer a minha dissecação de Deus para depois expô-lo para pessoas que, em sua maioria, não fazem a mínima questão de conhecê-lo sozinhas. Não creio que seja a regra, mas, através das experiências com grupos de religiosos, percebi que as igrejas estão virando um santo mercado de fé e bênçãos. Para muitas delas a vida espiritual é nula sem as quatro paredes do templo - tal vida não existe fora delas. Os consumidores de espiritualidade crescem na mesma proporção das famílias que almoçam em fast foods para não terem que preparar seus próprios alimentos, ou ainda daqueles que mandam suas roupas sujas às lavanderias esperando que lhes sejam devolvidas limpas e passadas, prontas para o uso... prontos para o consumo... prontos para a vida. Será que foi o capitalismo quem fez isso? Será que foi com ele que aprendemos a pagar para receber exatamente tudo pronto para o consumo? Talvez.


Só sei que cansei de fornecer um produto que pode ser apanhado à beira das estradas, em cactos ou jasmins, ou seja, em quaisquer situações e momentos basta erguer as mãos e apanhar. No começo desta jornada que se findou eu me sentia um portador da mensagem salvífica, quando decidi me capacitar melhor para ser o portador desta mensagem eu acabei me descobrindo, ao final, um excelente vendedor. E como disse, vendedor de algo que basta estender as mãos para obter. É claro que tem pessoas que se sentem bem sendo os portadoras/vendedoras desta mensagem e o faz com esmero, e é fato ainda que nem todos tem mãos e braços para "alcançarem os frutos ao alcance de qualquer um".

Mas agora eu não tenho que vender mais este produto. Agora eu não preciso mais dissecar, apenas contemplar o corpo vivo. Se eu tiver que expô-lo será sem matá-lo. Se eu tiver que oferecê-lo será sem vendê-lo. Não quero vendê-lo, oferecê-lo talvez.

Não sou um velho cansado, mas um jovem de 24 anos que não quer esperar chegar a velhice para deixar de fazer aquilo que não lhe dá prazer. Não quero e não vou, nunca, acostumar-me com o que não me faz feliz (siga-me). Mas por enquanto necessito profundamente de "uma casa no campo, onde eu possa compor muitos rocks rurais e tenha somente a certeza dos amigos e nada mais; onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros, e nada mais; eu quero o silêncio das línguas cansadas" (Zé Rodriz e Tavito). "De hoje em diante eu vou modificar o meu modo de vida, eu vou mudar, não quero ficar chorando até o fim; e pra começar, eu só vou gostar de quem gosta de mim" (Rossini Pinto).


Ps: estou preparando alguns textos com alguns motivos mais teóricos sobre algumas de minhas convicções acerca de Deus, fé, religiosidade e dogmas religiosos (cristãos ou não). Espero expô-los aqui qualquer dia desses ou quem sabe divulgar aos interessados (até porque é um texto muito grande, com pouco mais de 5 laudas).

Carpe Diem

11 comentários:

  1. Eu acho que entendo o que vc disse. Só pra ilustrar o "fast food": http://www.headbenzi.com.br/headbenzi/wp-content/uploads/2010/11/drive.jpg

    Abraço, cara!

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  2. Vlw André... Vi a imagem; legal. É bem por ai mesmo. Sei que há como não ser assim - um consumidor - mas não creio que seja possível para a maioria não ser assim...

    Abraços

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  3. O capitalismo nos deixaria ficar sentados e pagar para tudo vir pronto. Concordo que esse seja o motivo de você vender algo assim. Aliás, é falha do ser humano, procurar o mais fácil.
    Se isso te faz feliz ou não, é análise sua.
    Abraços

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  4. gostei do seu blog

    gostei msm

    mt coisa legal aqui

    tentei seguir vc mais nao achei

    ok's

    segue o meu la tb

    acesse http://www.iubdeds.com.br

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  5. PerpLife - PerLusion, eu não vendo mais, apenas compartilho, quando tenho. Mas há quem é feliz comprando e vendendo.

    iubdeds.com.br, obg pela sua nálise... addrei vc.

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  6. Josimar, atualmente todos buscam a simplicidade: dizem que a vida é feita de atos simples que nos completa e nos traz felicidade. Porém, confundimos muitas vezes a simplicidade com a facilidade, e consequentemente, martirizamos o nosso próximo e a Deus, falando que tudo deveria estar ao nosso alcance! É uma peenaa (infelizmentee)! Abraços ao capitalismo e aos irmãos fast-food! Eles precisam do nosso amor e de nossa compreensão!;)

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  7. Josimar,
    Queria primeiramente elogiá-lo pelo blog,
    muita coisa interessante!Deveria tê-lo visitado antes.^^
    Olha,Concordo quando diz que
    "é fato ainda que nem todos tem mãos e braços para "alcançarem os frutos ao alcance de qualquer um".
    E apoio quando diz "Se eu tiver que oferecê-lo será sem vendê-lo. Não quero vendê-lo, oferecê-lo talvez."

    Abraços..

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  8. Obg Laudicéia. Volte sempre que puder, concorde e discorde sempre que desejar. Fiquei muito contente com sua visita e comentário, eu sorri com isso! hehehe

    Abração

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  9. O que aconteceu Josimar? Por que você cansou da sua luta? Será que Aquele que por tanto tempo lutou por você ( e a seu lado ) um dia cansará de ti? Dou minha vida que não! Um dia ( a não muito ) você foi um exemplo para mim, e agora o que és? O "produto" que me vendes-te mudou a minha vida, e agora disses que não te valeu apena, que era uma farça? Ou será farça agora por que não sabes para onde vais? Não sou ninguem para te julgar, mas acho que te amo demais para deixar você seguir assim sem dizer o que penso... volta pra casa!

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  10. 1. Em momento algum eu disse que este produto era uma farsa ou não tinha condições de mudar sua vida. Repito aqui o trecho que julgo essencial: eu não tenho que acordar pensando em fazer a minha dissecação de Deus para depois expô-lo para pessoas que, em SUA MAIORIA, não fazem a mínima questão de conhecê-lo sozinhas.

    2. Não precisamos saber aonde vamos, nós só precisamos ir. A vida é um mar de possibilidade, limitamo-a quando definimos destinos. Quando nos focamos no final deixamos de contemplar as maravilhosa obras ao redor.

    3. Tem muita gente que diz isto mesmo, que me ama. No cristianismo, principalmente, o amor tornou-se tão obsoleto que a relação palavra-ação chega a ser confusa. Amamos a quem, por que e até quando? As muitas pessoas que dizem me amar normalmente me exortam pelas costas, dentro das rodinhas religiosas (algumas chamadas de círculos de oração, que para mim são fontes de informação alheia não permitida, liberação de fofoca) ou em anônimo por aqui...

    4. Estou em casa, em harmonia, em uma ceia santa, calma e despretensiosa. Servindo e sendo servido por sensações que me levam a prazeres que enebriam minha alma.

    5. Eu só quero ser feliz, quero carregar um fardo leve, o leve, porém, é relativo a cada um. O que é pesado para mim (religiosidade) pode ser leve para muitos. Eu pergunto:

    Você está feliz?
    Será que o que faz você feliz também fará aos outros?

    Saúde e Paz pra você!

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