terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Livres para Arriscar

... as vezes faço o que quero, as vezes faço o que tenho que fazer. É um risco que se assume. (CBJ)



Sou um músico-maníaco, ouço música o tempo todo. Através e ao som de músicas eu já viajei por todos os sentimentos possíveis do nosso corpo. Ouvindo música já cheguei a sensações que nunca havia experimentado. Contudo prefiro letras a melodia, mesmo apreciando música clássica, as quais têm em mim, um efeito entorpecente. Portanto, não considere um disparate ler neste blog comentários sobre músicas de Ozzy Osbourne à Mc Serginho. Mas vamos lá; hoje estou viajando através de algumas músicas, e esta aqui (Vícius e Virtudes), repetindo e repetindo no player, faz-me recordar, tentar esquecer e projetar muita coisa, faz-me ver que estou me apaixonando pelos riscos, estou me envolvendo e arriscando mais. E isto tem sido bom.

Um dos adepto ao cristianismo primitivo, chamado Paulo, escreveu em uma de suas cartas instrutoras aos cristãos: todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém. Eu não sei se o cantor e compositor Chorão (Charlie Brown Jr.) ouviu ou leu estas palavras, mas os discursos se parecem muito (aliás, parecem-se com muitos discursos semelhantes, os quais não são revelações exclusivas, mas um conhecimento comum, fruto da razão humana). O fato é que ao fazermos tudo que nos convém, assumimos os riscos naturais de cada coisa. Em uma reportagem muito engraçada o repórter questiona ao ladrão se ele não tinha medo de levar um choque da cerca elétrica, ele responde que "dependendo do que há dentro da casa o choque é só um detalhe". Eis a questão, os choques precedem as recompensas.

Em um passado bem próximo, arriscar nunca foi uma de minhas virtudes.  A dona Sueli (minha mãe) diz que "quem não arrisca não petisca", e também é verdade. Estou aprendendo que  arriscar tem 50% de chances tanto para o fracasso quanto para o sucesso. Um dos grandes presidentes dos EUA, Roosevelt, disse certa vez que "preferia arriscar coisas grandiosas para alcançar triunfo e glória, ainda que se expusesse ao fracasso, a formar formar fila com os pobres de espírito que não gozam nem sofrem muito, pois vivem em uma penumbra cinzenta na qual não conhecem derrotas ou vitórias". Quando não arriscamos, expondo-nos ao fracasso, não experimentamos os prazeres que a vida pode sentir, não chegamos ao orgasmo intelectual, emociona, sexual, espiritual etc; vivemos mediocramente. Não morremos, mas também não vivemos. Ficamos em um estado que ainda não tenho definição, mas já vivi e muitos ainda o vivem.

No início eu disse que pensar (meu vício) nisto tudo está me fazendo viajar nestes dias. Deve ser porque ainda faço os cálculos das possibilidades, arriscar ainda não é natural em mim. Ainda faço as projeções dos erros. Um "amigo feliz" me disse há algum tempo: cara, estou ficando calculista assim como você. Os calculistas costumam errar menos, vencer menos, arriscar nunca. Ou seja, ainda estou lutando para "petiscar mais". Sei que temos tanta coisa pra arriscar, viver, e experimentar. Tudo isto emana de nós todos os dias, decidimos se reprimimos ou liberamos. Se optarmos por não vivermos os protocolos (um problemão), faremos o que quisermos, o que temos que fazer, o que nos é lícito ou não. 

Muitos dirão: cuidado, vá com calma ai Josimar, pense bem. Mas, contudo, porém, pensar não é uma virtude de quem tem o vício de arriscar. "Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir" (Lulu Santos), pois "se a nossa vontade não é livre, as nossa ações são; temos a liberdade de fazer tudo quanto temos o poder de fazer" (Voltaire) basta arriscar. Ainda que eu creia que a liberdade seja subjetiva (pois acredito que estamos sempre presos a alguma coisa, neste caso ao vício de arriscar), creio que ela é um anexo do "arriscar". Quem não é livre nunca poderá arriscar, pois estará sempre preso aos inimigos do "arriscar", os medos - tanto de fracassar quanto o de ascender.

4 comentários:

  1. "Só o que é bom dura o tempo bastante para se tornar inesquecível."(Também aprecio mais as letras)

    Acho que preciso me permitir mais,ando muito calculista ultimamnte.Rsss,deixar de sofrer as consequências antes mesmo que elas aconteçam.

    Grande abraço.

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  2. Cara adorei seu blog, visitem o meu tb vlw um abraço e seguindo...

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  3. A vida já começa a ser um risco a partir do momento que somos concebidos, e estamos no ventre de nossa mãe... É um risco que ela corre carregar 9 meses um bebê, o momento do parto, os primeiros momentos do novo ser que surge... E assim segue o ciclo da vida, sempre nos levando a algo arriscado, porque sem riscos, não existe vida!

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  4. isso mesmo, a vida não é vida quando sem riscos.

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