quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Evangelho, a Boa Notícia!

A LOUCURA DO CRISTIANISMO versus A LOUCURA DOS CRISTÃOS

 

Muito conhecido entre os cristãos de todas as eras, o Apóstolo Paulo (nascido em Tarso, na Cilícia, onde hoje se encontra a Turquia) foi o grande pregador dos ensinamentos de Jesus de Nazaré entre homens, mulheres e crianças excluídos pelo judaísmo e novo cristianismo pós-Jesus. De sua boca saíram algumas das palavras que carrego em minha "filosofia de vida", a saber: pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus... (Carta escrita aos Romanos, capítulo  1, verso 16). Mas por que isto faz parte de sua "filosofia de vida", Josimar? Simples, porque eu creio no Evangelho e aqui cabe a grande discussão. 

Ficarei ofendido se você vier com o silogismo utópico: quem crê no evangelho é evangélico. Isto não existe mais, Evangelho é uma coisa, evangélico é outra. Evangelho significa "boa notícia", "boa mensagem" ou "boas-novas"; alguém disse que clamavam os antigos romanos: eis o evangelho do Imperador! 

Evangélico é um membro de uma Igreja Evangélica geralmente sobrecarregada de e por dogmas, doutrinas e outras imposições; evangélico é alguém preso a cultos e rituais, um adepto ao cristianismo que vive em busca de dádivas, um contribuinte do Reino de Deus (o mesmo que fiel), um advogado de Deus etc e tal.

É da boa notícia dada por Jesus de Nazaré (filho de José e Maria) que não me envergonho. A boa notícia é que há salvação para o perdido, há acolhimento ao excluído, há justiça para o injustiçado, há água ao sedento, há comida ao faminto, há saúde ao doente. Isto se constrói através de uma sociedade justa e igualitária - ao meu ver este era o grito de Jesus: prosperemos juntos!

Todas estas carências estiveram presentes na vida de Jesus; passou fome, sede, esteve doente, preso, foi injustiçado e excluído. (Talvez Freud explique um pouco de seu ministério). Mas ele presenciou a assistência de Deus em todos os momentos de sua vida. Tudo sempre cooperou para que ele continuasse em sua curta missão.

"Sabedor" de que sua cabeça rolaria, pois todos que lutam contra as injustiças e as misérias enfrentam os poderosos da sociedade e logo vêem suas cabeças rolarem, tratou logo de persuadir outros homens injustiçados, oprimidos, cansados e sobrecarregados a seguirem-no e continuarem sua missão, ousando ainda mais após sua morte. Mas o que aconteceu? Após a morte de Jesus muitos destes homens se sentiram os donos da verdade!

A mensagem de Jesus sempre foi acolhedora, mas logo após a sua morte, melhor ainda, durante seu ministério, seus seguidores "sismaram" que os ensinamentos eram exclusivos a eles, os merecedores de tais palavras. Eles, por exemplo, ficavam indignados, tal como os opositores de Jesus, quando seu Exclusivo Mestre se rebaixava para conversar com uma mulher adúltera ou com um cobrador de impostos corrupto.

Mas eles continuaram a missão do evangelho, saíram vezes em caravanas vezes solitários a levarem saúde, alimento e nova perspectiva de vida aos povos. Graças a Paulo a boa notícia patentiada pelos apóstolos ganhou domínio público. O Evangelho perfurou os séculos e chegou até nós. Mas de lá para cá a louca mensagem disposta a quebrar todas as imposições da burguesia e ainda brigar com os políticos e demais corruptos da sociedade que somente escravizam a massa ganhou adeptos cada vez mais gananciosos. O Evangelho foi institucionalizado e se tornou Igreja Cristã ou Evangélica.

A boa notícia caiu nas mãos de pessoas loucas que à semelhança dos primeiros patentiadores se recuaram nos guetos religiosos onde ocorrem as extorsões e os estupros mentais e espirituais. O Evangelho Institucionalizado cresceu à mesma proporção do número de neuroses entre seus seguidores. E claro, tornar-se um líder entre o Evangelho Institucionalizado significa mudança de status social. Fico imaginando se o dono real da boa notícia fosse se aproveitar dela para ganhar uma grana, ele não morreria tão cedo, e nem tão cedo haveria alguém com tanta riqueza quanto ele.

É este quadro que vejo em minha frente todos os dias. Este triste contraste. O Evangelho que prega a liberdade de um louco, porém institucionalizado por homens loucos e ambiciosos. É este Evangelho Institucionalizado que leva as bruxas às fogueiras, persegue as minorias e condena o pecador em vez do pecado (delitos cometidos contra a vida do homem e da natureza).



É esta a imagem que me incomoda. E creio que algumas pessoas também estão incomodadas com isto. Como disse um sábio amigo, "acho que está chegando o tempo em que o templo irá emergir das pessoas e não imergir nelas". Creio que chegará o dia onde o Evangelho que emergiu de Jesus de Nazaré brotará também em outras tantas pessoas. De algumas ele já tem emergido e estas dificilmente vão se conformar com o "Evangelho Institucionalizado".

Quando isto acontecer não haverá mais Instituições Religiosas, ainda que hajam templos e edifícios para encontros cultuais. Os líderes serão apenas facilitadores e não Anjos Mensageiros e Impositores. Mas quando acontecerão estas coisas? Vai demorar...  

Observação Importante
Eu sou cristão evangélico. Tento seguir os ensinamentos de Jesus, assim como as leis sagradas/divinas presentes no corpo, na alma e na natureza. Creio que é possível uma institucionalização saudável de qualquer ideologia, porém esta instituição deve surgir de um grupo de pessoas onde a ideologia emergiu (brotou delas) e não por um grupo de pessoas onde tal ideologia imergiu (entrou nelas).

Paz, saúde, sabedoria e prosperidade a todos!

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