Não é sem razão que o filme “2012” foi tão esperado e é tão bem/mal falado. O tema central já foi tratado por outros filmes como, por exemplo, “O Dia em que a Terra parou”, e não é mais novidade pra ninguém: o Fim do Mundo. Aliás, este tema não é mais um assunto exclusivo dos “fanáticos religiosos”, agora cientistas, ateus ou agnósticos estão se tornando peritos no assunto. Mas eu ainda não entendo o alarde, temos lutado tanto pelo Fim. Até aqui matamos e desmatamos, bombardeamos, esgotamos recursos, extinguimos espécies, superaquecemos para crescermos; não criamos, mas procriamos tanto; esvaziamo-nos, mas enchemos a terra de tantas coisas! Enchemos a Terra! Enchemos a Terra!
A pouco ouvi o Jô Soares (assistam sempre que puder!) dizer que ele não se sente "mal" em ter que responsabilizar a humanidade pelo caos climático do mundo, pois isto é um tanto quanto injusto. A humanidade não deve ser culpada por vivermos em meio um super aquecimento global, por exemplo. Bem, talvez seja injusto atribuir esta responsabilidade aos seres humanos que produziram tanto quanto gastaram dos recursos naturais, que reciclaram e plantio de árvores, por exemplo, ou ainda que não poluíram o ambiente. (Programa da madrugada de 24 de Novembro de 2009)
A verdade é que por gerações e gerações temos incentivado o progresso da humanidade a qualquer custo, para isto até brigamos com os “fanáticos e alienados ambientalistas”. Agora cada um clama ao seu deus. O fanático, o lunático e o ateu! Que deus seja o EU, mas cada um agora clama pelo seu. Em 2012, O Filme, o autor deixa claro uma idéia: o Deus Emanuel nos abandonou.
Minha mãe costuma repetir que “pra quem sabe ler um pingo é letra” e neste filme eu li toda uma idéia através de dois pingos. O primeiro deles foi através do momento em que o patriota, heróico e amável presidente americano anunciou que todos caminhavam “como uma grande família rumo ao desconhecido”. Neste momento ele disse que havia somente uma frase que pode expressar a realidade de todas as pessoas, independente de suas religiões, a saber, “o Senhor é o meu pastor e....”. Sim, não houve o “nada me faltará”, todas as transmissões foram cortadas pelas catástrofes mundiais. O pastor deixara algo faltar naquele momento? O Senhor era o pastor? Eles eram as ovelhas?
O segundo “pingo” foi o momento em que o Papa e os demais fiéis católicos rezavam juntos até que tudo começou a ruir. Nesta cena o teto e as paredes da Capela de Sistina (Vaticano) começaram a rachar, nisto a câmera acompanhou uma rachadura que caminhou por todo teto até separar as famosas imagens de Deus e Adão, pintadas entre 1508 e 1511 aproximadamente, por Michelangelo Buonarroti. Deus e o homem se distanciavam naquele momento. Quem estava abandonando quem naquele momento? Onde estava o Emanuel (Deus Conosco)?
Um outro “pingo”, que daria um livro todo, surge bem no final do filme. Sabe qual o único lugar no planeta que possibilitou a continuidade da vida? A miserável, esquecida e explorada África. De cogitação em cogitação eu penso: o Emanuel está sempre presente, Ele é o pastor que não deixa nada faltar às suas ovelhas, mas fica a pergunta, onde estão as ovelhas?
O fato é que Deus nos deu um lindo Jardim, a Terra, e disse: este Jardim dará alimento e proteção a vocês, vivam dele, cuidem dele, às tardezinhas eu passo aqui para tomarmos uma coca-cola suco e conversarmos um pouco. Talvez tenhamos nos esquecido de algumas partes como cuidar do jardim e comparecer ao suco da tardezinha.
O filme é muito bom. Vale a pena e a galinha inteira assistí-lo. Porém, em tudo, pense! Ainda que chegue a conclusões erradas, pense! ;)